13.4.12

"Casar ou não casar?" - um artigo muito interessante no Público

Foi publicado recentemente no P3 (do jornal Público) um artigo muito interessante, da autoria de Paula Mateus:

"Casar ou não casar? Eis a questão 

Estou perante uma charada: será que se realmente casar fosse mais acessível haveria mais casamentos ou estamos perante uma mudança de mentalidades face ao passado? 

Em conversa com jovens dos 18 aos 28 anos no âmbito do estudo C-Spotters, falávamos da cada vez mais comum utilização de "vouchers" ou vales de descontos adquiridos em inúmeros sites que proliferam na "world wide web". 

Jantares em restaurantes de renome, "after-hours", massagens, cursos de reiki, maquilhagem, astronomia, gastronomia, quem não aproveitou? Um dado curioso, em 50 jovens entrevistados neste estudo, apenas uma era casada. O que me fez pensar. 

E se um desses sites especializados em descontos oferecesse um voucher de 30, 50, 70% de desconto em casamentos em 2012… qual seria a reacção? Será que havia uma adesão em massa digna de aparecer na abertura dos jornais da noite ou os números mantinham-se estáveis? 

Inúmeras razões podem ser apontadas para a quebra nos casamentos entre os jovens. O dinheiro (mais especificamente, a falta dele), a elevada taxa de divórcios, a diminuição das vantagens fiscais, a falta de vontade, a falta de confiança, a dificuldade em crescer, a descrença no amor. 

Mas e se, realmente, casar passasse a ser uma “actividade” acessível aos jovens em 2012. Será que havia mudanças? Será que havia mais “vontade” de casar? 

Para os noivos vejo algumas vantagens: mais 11 dias de férias úteis (apenas para quem trabalha e não a recibos verdes, desculpem), uma boa oportunidade para viajar (e todos os locais do mundo podem ser românticos, das Fiji ao Vietname, da Islândia a Nova Iorque), um "stock" renovado de electrodomésticos e molduras, uma boa desculpa para reunir amigos e familiares e oficializar um sentimento de pertença. 

Para os convidados outras mais – porque como bons amigos, todos gostam de ajudar à festa. Inclusive dançar ao som do DJ contratado que, para além de pôr música, também enche os balões das crianças, faz atelier de danças latinas e deita o fogo-de-artifício na altura do bolo (porque é a "crise" e o DJ até se safa nas outras tarefas). Já para não falar do gin tónico, das gravatas enroladas à volta da cabeça do noivo e amigos e do cherne servido ao almoço/jantar. 

Mesmo assim continuo sem respostas. Estou perante uma charada, um enigma, um "conundrum". Será que se realmente casar fosse mais acessível haveria mais casamentos ou estamos perante uma mudança de mentalidades, de atitudes, de comportamentos radicais face ao passado? O facto de ser socialmente aceite sair de casa para uma união de facto é a razão principal? Será que com 28 anos só vou ter cinco ou seis casamentos por medo dos divórcios, ou porque simplesmente já não faz sentido a celebração do amor numa cerimónia oficial porque na vivência do dia-a-dia basta? Chamem-me romântica mas eu gosto de casamentos. Mas se me perguntarem a mim se me quero casar… não sei que resposta dar."


Eu achei estas questões muito interessantes, e adoraria saber as vossas opiniões :)

11 comentários:

FC disse...

Eu sou romântica e gostava muito de ter o meu casamento de sonho, mas realmente o que "impede" de ter um casamento de sonho, é mesmo o preço astronómico que envolve todo o processo do casamento.
A minha razão, ou melhor, a nossa (porque é uma decisão conjunta), é mesmo a falta de dinheiro, porque há muita vontade de casar :)

Anónimo disse...

nunca me imaginei a casar, a partilhar a vida a dois, lavar, passar, etc. mas realmente hoje e porque encontrei o meu principe, é de facto a celebração do amor. não vejo a hora do dia C chegar.
beijinhos
patricia

Cisca disse...

No meu caso, dentro de dois meses estarei casada, thank you very much! E não podia ser de outra maneira ;)

Cisca
istoaquiloeoutrascoisas.blogspot.com

Carla disse...

Vou casar dentro de 6 semanas... Confesso que tivemos de fazer uma ginastica orçamental para conseguir realizar o casamento...mas tudo se consegue. :)

Da minha experiência, ouvi mais criticas à decisão de casar do que Parabéns.

Eu penso que para além da crise econômica vivemos também de valores.

bjs

A♥ disse...

Eu gostava de casar, mas não faço questão. No entanto, se isso acontecer, quero um casamento pequeno e privado.

Big Kisses

Ana disse...

Casar não é caro, o que fica caro são as vaidades subjacentes. Em Portugal as pessoas ainda vivem muito do mostrar do exibir. Para a maioria dos portugueses só tem sucesso quem exibe sinais exteriores de riqueza e isso é uma pobreza de espírito de todo o tamanho.
Acho que o casamento vale (ou não)pelo seu significado seja religioso ou civil. Tudo o resto são fantochadas

Unknown disse...

Hello,

Eu vou casar após 8 anos de namoro e 3 a viver juntos, não casei mais cedo porque tive problemas familiares e só agora temos pé de meia para pagar o casamento, não vai ficar mais de 6 mil euros com 70 convidados... mas não vai ter fogos de artificio, nem carros, nem fotografo de luxo... só mesmo o essencial.... O que tenho ouvido é isto anda mal para casamentos (como a avisar não esperem levar dinheiro ou prenda) ou para que casar se já tem casa e vivem juntos.... Sinceramente não sei responder a não ser que é um desejo comum oficializar a união e ter um casamento para mim é um sonho como outro qualquer...

Monika Kardoso disse...

Gostei do artigo. Eu tb gostava de casar, o dinheiro não é a questão primordial porque alias há muitas das coisas associadas ao ato que dispensaria, só me falta mesmo é o pedido do namorado!!

Mary disse...

Casar só é caro se as pessoas assim o quiserem. Se sonham grande, que pensem num orçamento grande o suficiente para abarcar esse sonho, claro..

Se duas pessoas querem oficializar a sua união, conseguem-no. Nem que para isso vão a uma conservatória e façam um almoço para meia dúzia de pessoas, e com boa imaginação, tem tudo para ser algo muito especial, basta querer!

O que agora está muito na moda é o "casar para quê"? Se uma pessoa vive junta/em união de facto (só oficial passado 2 anos de vivência conjunta), "para quê casar"?... Já tive mais do que uma pessoa a perguntar-me isto. Eu vivo junta há um ano e meio e quero casar-me nos próximos 2 anos no máximo (e ja estou a esticar).

Quero oficializar a minha união, quero dizer "o meu marido" e não eternamente "o meu namorado", quero fazer uma cerimónia que simbolize perante todos os que gostamos que lutamos diariamente pelo nosso amor e que o queremos partilhar com todos eles. Quer queiram quer não um divórcio não é o mesmo do que dois namorados fazerem uma mala, virarem as costas e dizerem "então adeus até um dia" (por muito que não tenham filhos=, o divórcio significa um pouco mais de cabeça fria, e não se abdica de um casamento por dá cá aquela palha, faz pensar duas vezes. Não é que num longo namoro não se pense, mas num casamento, normalmente há um envolvimento muito maior, as famílias vulgarmente são obrigadas a conviver mais proximamente, etc (os meus pais só conhecerão os pais do meu namorado quando nos casarmos, isso para mim é ponto assente)..

Por norma costumo dizer a essas pessoas o extremo.. "Se o teu namorado estiver em risco de vida ou de morte em que alguém tem de fazer uma decisão por ele, não és tu, a pessoa que namora e vive com ele diariamente há anos que tem esse direito, mas sim os pais dele ou algum familiar directo, mesmo que não tenham relação próxima. Tu não tens direito legal nenhum sobre o teu marido, não tens voto na matéria sobre nada. E eu não acho isso justo".

Não sei se mais alguém concorda, mas é a minha opinião..

Mary disse...

Tu não tens direito legal nenhum sobre o teu marido - aqui queria dizer namorado.

Carapaus à espanhola disse...

Concordo com o comentário da Mary. Eu vivo com o meu namorado há 1 ano e fiz este ano 10 anos de namoro (já ninguém namora dez anos!!!!). Gostava de casar mas como eu costumo dizer "não tenho dinheiro nem para os sapatos quanto mais para o vestido!". Se encontrasse um desconto de 70% em casório aproveitava! É que casava-me já no sábado que vem! Enquanto isso não acontece continuarei em união de facto. Se algum dia a adversidade me bater à porta, vou à conservatória da Fontes Pereira de Melo, tiro a senha, espero pela minha vez e caso-me. Sem "vaidades subjacentes" como diz a anónima Ana. Não é o sonho de ninguém mas é o que fará de mim uma cônjuge legalmente protegida. ***

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